20140205

Uma espécie de museu do esquecimento II



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E dos livros que nos desaparecem. Ou porque os emprestamos e os levam, ou não os encontramos há muito e tememos por eles.
Interessa-me verdadeiramente os livros que me desaparecem e deixam esse espaço físico dentro de mim.
 Há livros que não podem ser substituídos. O seu desaparecimento cava um sulco que já não sabemos bem se queremos ou conseguimos substituir. Preferimos os caminhos que abriram dentro de nós do que reabri-los. E se calhar é preferível assim. Ficamos ligados a eles para sempre.

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Ligamo-nos aos livros pelas mais diversas razões. Podemos ter lido uma das suas páginas numa praia quase deserta e de difícil acesso, ou não ter lido quase nada e ter ficado a olhar para as letras e a repetir-lhes a sequência com a cabeça e os olhos fechados, encostados a um peito. Ou porque se ligam a uma partida que nos dói, ou a uma chegada, ou ao nada que sobrou.
O mais comum é ligarmo-nos aos livros pelo que têm dentro. Mas não é o mais exato e ainda menos o mais seguro, se formos dados à precisão. Dessa parte encarrega-se o esquecimento

4 comentários:

  1. Um livro entreaberto para que a luz entre nas palavras. Bela fotografia.
    Abraço.

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  2. É preciso encarar os livros de frente e não ter medo do que eles dizem.
    Bela composição. Bem concretizada.

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  3. Excelente homenagem a esses companheiros que nos têm confortado nos maus momentos e divertido quando menos esperamos.

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  4. Me encantaron estas dos entradas, José! esos libros que nos forman, nos dan forma, y a medida que nos vamos sumergiendo en ellos, van quedando dentro nuestro... aunque a veces la memoria nos traicione.
    Un abrazo

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