Dia 5
Quando a dor
é muita. Ou a perda um abismo. Ou o susto quase a tirar a vida. Ou a vida a
assustar que se tira.
Aí, nós, os
outros do lado de lá dessa cortina, ficamos invisíveis.
É pouco
rigoroso materializar essa ideia de invisibilidade numa sombra. Mas como se
pode ser rigoroso quando nos dói tanto essa tripla dor que é a ferida amada e a
nossa invisibilidade somada à dúvida se o amor cura?
Dia 7
Ou um barulho imenso, quase bíblico. Um
rugido vindo de cima e é um prédio de exactamente doze andares que te cai em
cima. Olhas à tua volta e não entendes o caos. Tude desaba e não te mexes nem
um milímetro. O ruído abafado é estranhamente longínquo, tudo é estranhamente
longínquo menos tu no meio de tudo.
Quando olhas
para cima és atingida por um fragmento que não tem mais de 2 centímetros e meio
mas que te deixa numa perplexidade profunda. Tão profunda que não entendes como
tudo sossega de repente. Tão de repente que só sobras tu no meio desse caos
desaparecido.
Uma ficção que encanta pela narrativa e pelas semelhanças com os estilhaços de todos nós, os atingidos pelas coisas que no caem na cabeça...
ResponderEliminarEu gosto do que tu escreves, consigo perceber os sentimentos.
um beijo.
Obrigado.
ResponderEliminarum beijinho