A minha avó.
Delicada, sensível, etérea. De olhar profundo, transparente.
De alma quente, vulcânica, apaixonada. Passo apressado, escorregadio. Real no
porte.
Encantadora. De uma elegância rebelde. Leve, livre, solta.
Mãos pequenas. À procura.
Amor ansioso, sôfrego. Entrega total, exigente e insegura.
Inquieta.
Um mar de sentimentos. Brancos, negros, vermelhos e azuis. O
sussurro da tranquilidade no grito das minhas agitações. O calor do colo. A
suavidade dos beijos. A presença constante, completa.
Um corpo pequeno. Veloz. Uma mente curiosa. Desassossegada.
Os sentidos. Todos. Juntos. Indomáveis. A eterna alegria inocente. O azul pleno
da calma. O perfume dos sentimentos. A força do ser. O desejo do nós. A dúvida.
A certeza. A cumplicidade.
A minha avó é sangue. Do meu. Do nosso. Do que não segue o
curso das promessas. A minha avó é família. É união. Na presença, na ausência,
nas partilhas, nas frustrações. A minha avó é um oceano. De riso, lágrimas e
ternura. A minha avó é um refúgio. Azul. Puro. São. A minha avó é amor. Do que
desafia, do que transforma, do que liberta.
Em Londres, neste Outono antecipado, ela é o que falta. Numa
voz doce, num olhar desejoso e num aconchego apertado, voando entre pingos de
luar, sonhos imateriais e lugares mágicos, num brilho inconfundível, ela é tudo
o que falta aqui.
(Obrigado pelo surripianço, feito daqui: http://ohnonotanotheremigrationblog.blogspot.pt/
Um texto que define bem a pessoa,
ResponderEliminarMadalena
No me atrevo a terminar de pensar la razón de estas últimas dos entradas. Sólo diré desde mi corazón que ella siempre falta
ResponderEliminarEmocionada com o que li...
ResponderEliminarBeijo.
Un abrazo grande, José
ResponderEliminarObrigada eu. Um beijinho
ResponderEliminarDo fundo do coração, Madalena,Daniel, Graça, Laura e Joaninha, o meu sentido abraço.
ResponderEliminarSimplesmente, muito bonito.
ResponderEliminarObrigado, Ana, pela tua atenção amiga.
EliminarUm beijinho
Li este texto no outro blogue, o dos desenhos.
ResponderEliminarE fiquei encantado com a sua avó e com a visão que tem dela.
Também gosto da sua fotografia, pois claro...
Abraço, caro José.
Temo algum equívoco por me ter explicado mal. A minha mãe faleceu e o texto e a fotografia são de uma querida sobrinha e neta dela.
EliminarO importante é que estamos de acordo quanto à qualidade do texto e, nesse aspeto, confio na sua sensibilidade de poeta.
:)
um abraço
Não vi o "surrupianço"...
EliminarMas eu sou algo distraído...
E a referência à "fotografia" era genérica, pelas fotos que faz e vi, e não à foto do post.
Obrigado pelo esclarecimento.
Entretanto dei um salto ao blogue da surripiada e vi lá o texto...
Um abraço, caro José.