20141023

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Nesse sítio ouviam-se pouquíssimas palavras.
As pessoas que arriscavam a vida descendo as falésias para apanhar pequenos animais batidos pelas vagas e com sabor a mar falavam pouco.
 J, cujo sonho era o silêncio, encontrou nesta atividade uma salvação temporária. Até encontrar S que tinha uma casa de verão na praia e um corpo de sereia sem a parte de peixe e uma biblioteca.
Possuía igualmente um numero imenso de discos de vinil embora não existisse qualquer gira discos ou aparelhagem mais atual. Foi este facto, por mais estranho que pareça, que o levou a ficar.
 Depois começou a escrever uma história cujos parágrafos se estenderam por todo esse inverno.
 Basicamente tinha a ver com o mar. Se a tivesse continuado a coisa desenvolver-se-ia no sentido de os livros irem perdendo letras e no seu lugar se encontrarem algas e alterações deixadas pelas marés. Ao abri-los ouvia-se apenas ao longe o som de duas pessoas a falarem, tapadas pelas maresias e o som suave e ritmado das vagas.



2 comentários:

  1. Não era a mim que me apanhavam ali... Nem que fosse para ir buscar pepitas de ouro...
    :-D

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  2. Coisa que só acontecem a quem ama o mar...
    Um beijo.

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