Nesse sítio ouviam-se pouquíssimas palavras.
As pessoas que arriscavam a vida descendo as
falésias para apanhar pequenos animais batidos pelas vagas e com sabor a mar
falavam pouco.
J, cujo
sonho era o silêncio, encontrou nesta atividade uma salvação temporária. Até
encontrar S que tinha uma casa de verão na praia e um corpo de sereia sem a
parte de peixe e uma biblioteca.
Possuía igualmente um numero imenso de discos de
vinil embora não existisse qualquer gira discos ou aparelhagem mais atual. Foi
este facto, por mais estranho que pareça, que o levou a ficar.
Depois
começou a escrever uma história cujos parágrafos se estenderam por todo esse
inverno.
Basicamente
tinha a ver com o mar. Se a tivesse continuado a coisa desenvolver-se-ia no
sentido de os livros irem perdendo letras e no seu lugar se encontrarem algas e
alterações deixadas pelas marés. Ao abri-los ouvia-se apenas ao longe o som de
duas pessoas a falarem, tapadas pelas maresias e o som suave e ritmado das
vagas.
Não era a mim que me apanhavam ali... Nem que fosse para ir buscar pepitas de ouro...
ResponderEliminar:-D
Coisa que só acontecem a quem ama o mar...
ResponderEliminarUm beijo.