20130402

Por outro lado troco Proust por Pedro Paixão. Já vês.



Nunca mais volto a falar de como um dos meus sonhos era passar um fim de semana em Teerão.
Prefiro morrer a ver-te quase chorar de cansaço, exasperada com os tratamentos e com as minhas teorias.
Eu não gosto de viajar. O acto físico da viagem incomoda-me enquanto decorre. Só o consigo começar a viver algum tempo depois, quando assenta e se imobiliza como nos filmes mudos dentro de mim.
Um fim de semana em Teerão é o prazer antecipado dessa acção congelada pela sua própria natureza. Simultaneamente decorrendo e já antiga.
 Por outro lado troco Proust por Pedro Paixão. Já vês.




3 comentários:

  1. e eu é que escrevo coiso e isso...

    (e não, não é uma troca de galhardetes. nem podia que eu só tenho um bandeirola desbotada...)

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  2. Incrível como as sombras se tornam tão insólitas, sem um único contorno que se possa delinear, absorvendo as formas que a luz acidentalmente expõe aos nossos olhos. Um contraste que, de certo modo, nos aflige. Como se a forma acidental pudesse ser qualquer forma (inanimada ou não) e assim sumisse, perante os nossos olhos, num único trago de sombra. Gostei! Já tinha saudades de o vir visitar.

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