“Agarras num búzio e encosta-lo ao ouvido, ou cheiras um
livro acabado de comprar, não necessariamente por esta ordem. Quando estiveres
preparado para perceber que esse cheiro te pode levar sem dares por isso a um
verão ou a uma praia ou esse som a um livro, conto-te o resto”, disseste-me.
A vida afastou-nos. Já era muito antes dessa
altura uma espécie de ouvidor de livros, ou de búzios, talvez as duas coisas
misturadas. Omiti-te essa faceta minha durante um tempo demasiado. Quando
partiste nunca imaginei que grande parte do meu tempo seria passado a tentar descobrir
o que seria o resto. Que ainda o faço.
De Chirico fotógrafo
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