Fico
parado no eco dos meus passos.
Fixo-me
num som. Preciso de um som que não tenha sido produzido por mim.
Esta aparente liberdade que é a ausência, requere
uma materialidade que só um som exacto pode proporcionar. Face ao caos da
correria das infantas, o som pesado do cortinado a abrir-se e a voltar ao seu lugar, deixado
pela mão de José Nieto Velázquez, é a saída que preciso para não ficar
eternamente preso nesse local.
José Nieto, sei lá porquê, chama o cão que
numa correria atravessa toda a sala e sai.
E
eu fico parado.
Sem
querer parecer presunçoso, penso agora que passei grande parte da minha vida a
tentar sair desta pintura, deste local, ou a tentar voltar a ele sempre que me afasto.
E que perdi uma das minhas grandes oportunidades.
José Manuel, ainda temos de formar um clube com os que ficaram parados neste quadro. Eu também.
ResponderEliminar:))
ResponderEliminarpenso nesta pintura suspensa no espaço-tempo da lembrança do nosso reflexo no olhar de um outro.
ResponderEliminarbelo texto, pleno em profundidades
...como um jogo de espelhos.
ResponderEliminarObrigado pela visita e comentário,Anna.