Dia um
Para além de um certo ponto o cansaço torna-se leito.
Desconheço quase tudo da chegada de Jacqueline.
Imagino uns faróis, uns olhos cansados e quase ausentes a
olhar através deles.
Aquilo que podia ser o olhar entusiasmado da chegada a um
sítio misterioso deve ser substituído pelo incómodo de um clarear inóspito que
a arranca do território nimbado onde se refugiou.
Dia dois
As crianças têm dificuldade em fazer o que normalmente fazem
com as amas – afastar-se da mãe.
Vejo-as a atirar desinteressadas pequenos seixos redondos
para a água. Um momentâneo alarido em crescendo quando resolvem atirá-los umas
às outras que se suspende tão inesperadamente como começou, trinta segundos,
não mais.
Um vulto fortuito na varanda lembra-lhes o aviso da absoluta
necessidade de descanso da mãe. Um pio de gaivota ou um caranguejo indeciso
devolve-lhes o entusiasmo contido para que foram treinadas.
uma (magnífica) série otãonal...
ResponderEliminarLinda.
ResponderEliminarE isso basta.