20110819

Errâncias

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Por uma natural inclinação de feitio próxima da melancolia ou da própria tendência das coisas para o desaparecimento, fixei-as desde que me lembro dentro de mim. É por isso que às vezes pareço pisar um mapa transparente, como quem segue um caminho feito de geografias secretas, errâncias invisíveis. Na realidade conheço na perfeição esses trilhos armadilhados de sardas e verões antigos. Guio-me pelos sulcos provocados pelo amor ou pela tristeza da sua partida. Curiosamente quer uns quer outros levam-me de volta ao mesmo sítio, talvez com maior exactidão os segundos. Acho que isso provavelmente se deve ao facto de os homens nunca deixarem de ser rapazes. Gosto de acreditar nisso. Apazigua-me.



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