20100925

Vanitas, vanitatum et omnia vanitas (*)

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Humedecemos o pó e o barro e misturámo-los com as pedras com que erguemos construções dedicadas aos deuses, à vaidade, ao governo dos Homens, à guerra.
Construímos muros tão altos que não nos conseguimos deitar na sombra que as árvores aí projectam.
Se o nosso labor suspendemos, pedras e barro e pó regressam como uma escrita invisível àquilo que eram. Tudo volta a ser seiva, seixo, fóssil, erva.

(*)- "Vaidade das vaidades, tudo é vaidade". Inscrição no portal de uma gafaria medieval em Setúbal.





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6 comentários:

  1. Genial momento: a sombra e os ditos que nela ecoam.

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  2. Vengo viéndolas desde que las pusiste pero este artefacto no me dejaba escribir comentarios.
    Veo que saliste a jugar a Perseo fotografiando la Gorgona.
    Vanidad-ruina, la dialéctica de lo siniestro.
    Por favor cuidate. El aire de esos castillos suele ser malsano. ;-)
    dano

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  3. Com estas duas fotografias já aprendi duas coisas:
    Primeiro, o que é uma gafaria. Não fazia a mínima ideia do que era...
    Segundo aprendi o que quer dizer "Vanitas, vanitatum et omnia vanitas". (Latim não é o meu forte!) :-)

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  4. Pedras de barro e pó... Muito belo.
    Um beijo, amigo.

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  5. j,

    tua fotografia é uma janela para o sonho...


    que imagem mística e sutil!


    um beijo.

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  6. Me gusta mucho la primera fotografia con el detalle , muy buena !

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